quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Entrevista com Sartre (1/2)

5 comentários:

Anônimo disse...

Ao escutar Sartre transpus-me incontinenti à leitura que havia feito, já faz duas décadas, de Santo Agostinho: As Confissões. Ora, dois pontos me haviam então chamado atenção: (i) o mal-estar de ambos, traduzido no primeiro pelo viés existencialista (A Náusea), explicitado pelo segundo como vetor propulsor da sua conversão e de sua aproximação com o mundo da fé (As Confissões); (ii) a visão de si próprio. É esse segundo ponto que hoje - após ver o vídeo - me surpreende e que, na verdade, deixa-me perceber diferenças entre o bispo de Tagaste e o companheiro de Beauvoir: enquanto Agostinho sugere que essa visão é tripartite, ou seja, uma mescla entre a maneira que nos vemos, aquela que os outros têm de nós e aquilo que de fato somos; Sartre, pelo menos nesse extrato de entrevista, é muito categórico e envereda por uma visão aparentemente unívoca ao afirmar que “comme moi pour moi ça n’existe pas”, isto é, na verdade nossa existência estaria condicionada apenas pela visão do outro. Ele vai mais além, ou seja, atrelando a existência do ser livre ao engajamento sócio-político: “la liberté c’est l’engagement; la fin de l’engagement, c’est la fin de la liberte”.

Resta, pois, o questionamento de Simmel: “a sociedade é o objetivo da existência humana ou simplesmente um meio para o individuo?”

Anônimo disse...

Sei lá. Ela existe. E só. Não conhecia esse lado "funcionalista" de Simmel. Precisa de um fim, é?

Bom vê-lo por aqui, chefe. Quem sabe um cientista político consiga colocar um pouco de ordem nessa baiúca?

Anônimo disse...

Bom estar aqui índia...

Se você não conhecia esse lado funcionalista de Simmel, imagine eu...!!! Mas se não se precisa de um fim (futuro), então pelo menos de um meio (presente)... Seria isto?

Quanto ao cientista politico colocar ordem na casa, ta complicado... A entropia pos-modernista é obesa... Não há regime de escolha racional que de conta!!!

Anônimo disse...

Marcelo,

Pós, aqui, só Jonatas. E mesmo assim ele não saiu do armário. Quanto ao regime de escolha racional não dar conta do caos que reina por aqui, Deus é grande!

Anônimo disse...

Sua referencia a Deus me surpreende! Mesmo sob a forma de interjeição... Mas parece que Ele joga dados! Será verdade?