tag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post1743851859695575626..comments2024-02-26T22:59:27.519-03:00Comments on Que cazzo é esse?!!: É Possível Democracia sem Debate Público? (Parte II)Le Cazzohttp://www.blogger.com/profile/01710799843215648311noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-39958147368958747352008-08-13T17:50:00.000-03:002008-08-13T17:50:00.000-03:00Betânia tem toda razão.Atualmente, a Veja ganharia...Betânia tem toda razão.<BR/><BR/>Atualmente, a Veja ganharia todos os plebiscitos. <BR/><BR/>Mas creio que o problema não seja apenas esse, do tipo conservadores x progressistas -- a regra do jogo democrático é o respeito à regra do jogo, tanto para um lado, como para o outro. E a liberdade é a liberdade de ser minoria, e blablablá.<BR/><BR/>Meu medo é o seguinte: o uso de plebiscito para definir uma querela de valores, sem a prévia institucionalização de um espaço público democrático, é muito perigoso.<BR/><BR/>Não é uma questão de mentalidade, tipo a existência ou a inexistência de civismo, digamos assim -- embora isso seja muito importante, pois toda a representação política brasileira, seja à esquerda, seja à direita, mostrou que não é exatamente republicana. <BR/><BR/>Falo de instituições capazes de produzir uma mínima institucionalização dos conflitos (não me refiro à busca de consenso, e sim de conflitos normatizados por procedimentos públicos e democráticos).<BR/><BR/>No Brasil, acho eu, o espaço público, se é que existe, depende mais da mídia do que da sociedade civil organizada (embora essa situação tenha mudado muito, pelo menos em relação à influência da mídia, se tomarmos a última eleição presidencial como parâmetro).<BR/><BR/>No meu consultório, tentei psiquiatrizar em alemão. Todos psicotizaram. Não me arrisco mais. Assim, alerto Jonatas, o teutônico: todo alemão é um Schreber em potencial.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-56405445261402411502008-08-13T16:34:00.000-03:002008-08-13T16:34:00.000-03:00"O 'espaço público', no Brasil, se é que existe, n..."O 'espaço público', no Brasil, se é que existe, não tem condições organizativas, nem éticas (um mínimo consenso laico e republicano) para discutir, democraticamente, uma querela de valores, muito menos uma querela que envolve, além disso, uma certa 'tecnicidade', como é a questão das células-tronco."<BR/><BR/>Isto é um fato, Artur. Estive conversando com Betânia Ávila, do SOS Corpo, e ela estava defendendo justamente esta idéia aí de cima para dizer por quê é contra o estabelecimento de um plebiscito para discutir o aborto no Brasil neste momento. Temos que começar pela educação e informação. O difícil é remar contra a maré da nossa grande mídia...<BR/><BR/>Uma sugestão: pede para Jonatas traduzir sua propaganda para o alemão. Assim, quem sabe você também não atinge os doidos varridos das classes privilegiadas?<BR/><BR/>BeijoAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-76804846399068950412008-08-13T15:36:00.000-03:002008-08-13T15:36:00.000-03:00Eu sou um bom publicitário, sim. Não seja injusta....Eu sou um bom publicitário, sim. Não seja injusta. Utilizo uma linguagem direta, de massa! O fato de ter sido despedido de várias empresas de publicidade, significa apenas que, o que vale agora, é filosofar em alemão. Jonatas apenas surfa na onda do momento.<BR/><BR/>Lembro ainda da propaganda do meu consultório psiquiátrico:<BR/><BR/>_não consegue ser feliz? Encontre a felicidade química no Consultório Perrusi para Doidos Varridos!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-37731849713835932362008-08-13T08:16:00.000-03:002008-08-13T08:16:00.000-03:00Olha que fofo, os dois vindo me acudir do vexame d...Olha que fofo, os dois vindo me acudir do vexame de ser o único post escrito no Cazzo sem um comentário!<BR/><BR/>Arture, amore, ainda bem que, entre a psiquiatria e a sociologia, a publicidade nunca se colocou como opção para você.<BR/><BR/>Quanto ao artigo de Jonatas, eu tenho uma idéia: a gente proíbe ele de colocar filminho até que role um resuminho do artigo por aqui. Pode até ser em alemão, para dar continuidade ao projeto lingüístico-pedagógico que ele vem desenvolvendo aqui no Cazzo. <BR/><BR/>Tsc. E não é que o danado está se revelando um putis publicitário? Tá prestando atenção em como é que se faz, Artur?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-79801033428024880602008-08-12T17:30:00.000-03:002008-08-12T17:30:00.000-03:00Belos textos, Cynthia.O aborto, salvo as exceções ...Belos textos, Cynthia.<BR/><BR/>O aborto, salvo as exceções de praxe, continua crime. A recente ratificação da sua criminalização foi uma derrota histórica do movimento feminista. Vitória da Igreja e dos conservadores. A legalização do aborto é consequência (axiológica, mas não propriamente política) do estado laico. Derrota, portanto, da laicidade.<BR/><BR/>Solicitei recursos ao Vaticano para construir algumas centenas de presídios. Afinal, serão milhares de criminosas e de cúmplices do crime praticado.<BR/><BR/>Um bom slogan seria: "não seja hipócrita, denuncie sua avó, sua mulher, sua filha, sua amiga, e bote tudo na cadeia!"<BR/><BR/>Numa visão pautada pelo liberalismo, a questão do aborto coloca em contradição dois valores fundamentais da modernidade: vida e liberdade. Tal contradição torna tensa a relação entre o Estado e a moral, entre o espaço público e o privado (aqui, não há necessariamente uma identificação entre público e estatal). <BR/><BR/>Envolvendo uma "guerra dos deuses", a questão do aborto remete imediatamente ao mundo da doxa e da opinião pública (a discussão sobre a pena de morte também gera uma "guerra dos deuses").<BR/><BR/>A questão das células-tronco reacendeu, no Brasil, a velha contraposição entre ciência e religião (pelo que li, a discussão esgotou-se aqui). Outras (bio) éticas que, porventura, são desconfiadas com o alcance da biotecnologia não tiveram voz alguma -- foram taxadas, de forma arbitrária, como aliadas objetivas do conservadorismo -- (bio)éticas que são uma contraposição a uma visão idílica, apologética e ingênua da ciência e do progresso (como a minha, por exemplo -- hehe).<BR/><BR/>O "espaço público", no Brasil, se é que existe, não tem condições organizativas, nem éticas (um mínimo consenso laico e republicano) para discutir, democraticamente, uma querela de valores, muito menos uma querela que envolve, além disso, uma certa "tecnicidade", como é a questão das células-tronco.<BR/><BR/>Jonatas discuta esse artigo no blog, rapaz. Vc e Aécio escrevendo em alemão... Sei não, a leitura pode ocasionar graves problemas neurológicos e cognitivos.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-69697041054605640562008-08-11T15:03:00.000-03:002008-08-11T15:03:00.000-03:00Pois é, Jonatas. É terrível ver esses atropelos. M...Pois é, Jonatas. É terrível ver esses atropelos. Meios de comunicação de massa completamente viesados, votações feitas às pressas e como que na calada da noite e coisas que tais. Acho até que sou capaz de lamentar o fato de a Igreja Católica ter provado de seu próprio veneno na discussão sobre os transgênicos. Ou será que isso está além das minhas capacidades?<BR/><BR/>Seria legal se você pudesse resumir os principais argumentos desse teu artigo aqui no Cazzo. <BR/><BR/>BeijoAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-87116934296040720502008-08-11T11:40:00.000-03:002008-08-11T11:40:00.000-03:00Dois posts muito bons, Cynthia. Você citou o Proje...Dois posts muito bons, Cynthia. Você citou o Projeto de Lei que regulamentou a pesquisa e comercialização de transgênicos de um lado e a pesquisa com células-tronco embrionárias, de outro. Naquela oportunidade, a Igreja Católica alertava para a implicação de sua aprovação: caminho aberto para a legalização do aborto. Pois, se por acaso se sustenta que a vida humana começaria após a fecundação... não haveria outro conclusão a tirar do assunto. Na época, argumentou-se que as CTEs não tinham viabilidade de se converter em vida humana enquanto não estivessem num útero humano - e no caso, a proposta que vingou foi que apenas se utilizassem para a pesquisa CTEs descartadas.<BR/><BR/>Agora, o interessante é que durante essa votação também a democracia foi bastante atropelada: por discursos tais como "não podemos perder o trem da história", "quem não é favorável a pesquisa com CTEs é contra a ciência e obscurantista", "é o pessoal da Igreja Católica" etc. Quer concordemos ou não com o resultado, a democracia lá também foi atropelada por meias-verdades, promessas temerárias e acesso desigual de defensores do projeto de lei aos meios de comunicação. Uma pequena propaganda. Fizemos um artigo a esse respeito, eu e Aécio Amaral, que foi publicada em alemão e deve também ser lançado esse semestre num livro organizado por Marcos Costa Lima (não lembro exatamente o título, mas é sobre o capitalismo pós-Guerra Fria). Beijo, JonatasLe Cazzohttps://www.blogger.com/profile/01710799843215648311noreply@blogger.com