tag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post3070667246638427197..comments2024-02-26T22:59:27.519-03:00Comments on Que cazzo é esse?!!: Breve Metametodologia das Ciências SociaisLe Cazzohttp://www.blogger.com/profile/01710799843215648311noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-69226595500242826732011-05-12T07:24:17.462-03:002011-05-12T07:24:17.462-03:00Aaaaah! Deve vir daí o uso do termo "terceira...Aaaaah! Deve vir daí o uso do termo "terceira cultura" por parte do Bernard Lahire. Sempre achei o conceito engenhoso, mas nunca parei para pensar que podia decorrer de uma análise aprofundada dessa relação entre sociologia e literatura. Valeu mesmo, Alyson!<br /><br />AbçsCynthianoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-9110026945556358482011-05-11T21:55:48.212-03:002011-05-11T21:55:48.212-03:00Olá, Cynthia, não há de que pela referência. Fico ...Olá, Cynthia, não há de que pela referência. Fico feliz em poder ajudar em algo, haja vista o tanto de coisas que eu já descobri por aqui graças ao trabalho de vocês.<br /><br />Sobre sua dúvida, Wolf Lepenies parte exatamente da ideia de C.P Snow para defender que a Sociologia é uma espécie de "Terceira Cultura" entre as Ciências Naturais, de um lado, e as Humanidades e a literatura de outro. Como disse anteriormente, trata-se de um livro fascinante e muito agradável.Pois, discorre sobre emergência da Sociologia sob um foco pouco lembrado, a saber: os debates e disputas travadas com o campo literário e artístico na França, Alemanha e Inglaterra. Lembrei-me do livro ao ler seu artigo porque também Leppenies aborda a situação conflituosa da Sociologia e de seu desenvolvimento em termos de uma tensão permanente entre uma orientação cientificista, segundo o imperativo de imitação do modelo das Ciências Naturais, e uma atitude hermeneutica, cujas fontes relacionam-se fortemente com a Literatura, a poesia, o Romantismo. Só que o foco dele recaia sobre as relações da Sociologia Nascente com a Literatura.<br /><br />Portanto, o conflito entre uma concepção positivista e outra concepção interpretativista de Ciência, ou entre a primeira e o Humanismo passa também pelas relações de hostilidade e reciprocidade que Sociologia, Literatura e as Artes estabeleceram entre si dentro de tradições nacionais e culturais específicas. A obra de Leppenies toca exatamente aí mostrando como essas relaçoes foram fundamentais para a constituição e desenvolvimento de um tipo particular de Sociologia. Até mais, abraços.Alyson Freirenoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-14336684691406273802011-05-11T19:35:22.056-03:002011-05-11T19:35:22.056-03:00Oi, Alyson,
muito obrigada pela referência, que n...Oi, Alyson,<br /><br />muito obrigada pela referência, que não conhecia. Na verdade, nunca nem ouvi falar dessa disputa com a literatura realista, embora ela faça todo sentido do mundo. Com certeza vou procurar o livro do Lepenies. Valeu!<br /><br />Abraço.<br /><br />PS. O argumento do livro tem alguma relação com as duas culturas do C.P. Snow?Cynthianoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-4015555808633535692011-05-11T16:35:15.060-03:002011-05-11T16:35:15.060-03:00Cynthia,
Ótimo artigo. Sua argumentação em favor ...Cynthia,<br /><br />Ótimo artigo. Sua argumentação em favor do papel positivo desempenhado pelas questões metodológicos no que se refere a institucionalização, desenvolvimento e mesmo nas mudanças teóricas e conceituais pela quais passou a Sociologia ao longo do século XX, me parece bastante acertada. A reflexidade própria à Sociologia - produto também do fato de ser desde o início uma Ciência marcada por diversas orientações teóricas e paradigmas - com respeito as questões téoricas e metodológicas necessariamente envolvidas em seu empreendimento é, entre outras coisas, uma de suas mais importantes molas no sentido do progresso, cumulatividade e mudanças em sua matriz conceitual.<br /><br />Bem, sobre seu artigo, acho que além do debate entre humanismo e cientificismo, ou mesmo relacionado a esse, há, ou melhor, houve um outro debate também importante a próposito do papel das posições metodológicas dos pais fundadores, do valor imputado a estas pela Sociologia em geral. Esse debate é travado, em especial, entre a literatura realista e a poesia, de um lado, e os intelectuais vinculados às Ciências Sociais e à Sociologia nascente, de outro, acerca da prerrogativa da explicação da realidade social. Wolf Lepenies aborda esse debate num formidável livro "As três culturas" no qual argumenta que a enfase na cientificidade e nos aspectos mais próximos ao positivismo por parte de alguns nomes da Sociologia nascente, como marca da sua orientação inicial, se deve a relação de concorrencia estabelecida com a literatura no decorrer do século XIX e início do XX pelo poder de fornecer o quadro explicativo dos comportamentos e do mundo social; uma estratégia de diferenciação e de hegemonia. <br /><br />Enfim, o conflito Humanidades/Humanismo e cientificismo é bastante nuançado. A meu ver, o Lepenies apresenta um viés que, em certo sentido, pode dialogar e contribuir com a perspectiva que você adota. Até,Alyson Freirenoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-24418422031188923062011-05-02T21:16:32.261-03:002011-05-02T21:16:32.261-03:00Oi, Tâmara! Espero que o texto lhe seja útil. Quan...Oi, Tâmara! Espero que o texto lhe seja útil. Quanto às promessas, é sempre mais fácil fazê-las do que cumpri-las...<br /><br />BeijãoCynthianoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-39784612948735251682011-05-02T11:30:01.051-03:002011-05-02T11:30:01.051-03:00Você viu como escrevi seu nome?! Prova de minha fa...Você viu como escrevi seu nome?! Prova de minha falta de tempo.Tâmaranoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-26421725693582119592011-05-02T11:28:51.763-03:002011-05-02T11:28:51.763-03:00Cytnhia,
Tô aqui doidinha para ter um tempinho pa...Cytnhia, <br />Tô aqui doidinha para ter um tempinho para ler seu texto inteiro: ele promete e, segundo Jampa e sua resposta, cumpre! Beijão, TâmaraTâmaranoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-4928530847112785902011-04-29T21:52:00.058-03:002011-04-29T21:52:00.058-03:00Oi, Jampa,
Obrigada por seus comentários e, não, ...Oi, Jampa,<br /><br />Obrigada por seus comentários e, não, eu não estou cansada deles, que também me ajudam a refletir. <br /><br />Eu concordo com vc que a análise de Durkheim é mais densa do que as demais, mas isso não se deve ao caráter "metametodológico" das outras, e sim ao fato de que recentemente precisei me debruçar mais detidamente nas contradições teórico-metodológicas deste autor a fim de aplicar sua teoria em uma pesquisa empírica sobre suicídio entre os Guarani-Kaiowá. <br /><br />O que chamei aqui de metametodologia refere-se simplesmente a uma reflexão sobre a importância das questões metodológicas nas ciências sociais que, no caso dos 3 clássicos, procurei ilustrar de 3 maneiras distintas: no caso de Marx, mostrando como as questões ontológicas, teóricas, epistemológicas estão indissociavelmente relacionadas, existindo, ainda, um conjunto de métodos e técnicas compatíveis com essas posições. E isso se aplica a todos os autores, embora tenha sido ilustrado via Marx. <br /><br />No caso de Durkheim, o propósito era demonstrar que não basta simplesmente considerar o que os autores dizem que fazem (i.e., ler sua obra metodológica), mas que as reflexões metodológicas têm uma dimensão descritiva que considera o que foi de fato feito nas pesquisas.<br /><br />Por fim, no caso de Weber, a ideia geral era ilustrar como determinadas concepções podem ser apropriadas de formas distintas por autores de tradições metodológicas diferentes, gerando pesquisas de cunho mais explicativo ou interpretativo, assim como um conjunto de métodos e técnicas inteiramente diversificados. O que chamei de intérpretes de Weber não eram necessariamente o que você chama de "teóricos e não-sociólogos" (uma distinção que para mim continua sem fazer muito sentido), mas de pessoas que, ao interpretar Weber de uma forma particular, acabaram por produzir pesquisas empíricas com características particulares. No fim das contas, os "sociólogos" sempre interpretam as teorias antes de aplicá-las ao mundo empírico, e algumas interpretações são melhores do que outras...<br /> <br />Espero que tenha esclarecido um pouco.<br /><br />BjsCynthianoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7117674084027033081.post-69808446923736315482011-04-29T13:05:37.416-03:002011-04-29T13:05:37.416-03:00Cynthia,
espero que não esteja cansada de meus ar...Cynthia,<br /><br />espero que não esteja cansada de meus argumentos e não se importe com minha curiosidade interessada(apesar de leiga), quase sempre alheia aos elementos meta/supra teórico-metodológico, sobre os quais você discorre com tanta clareza.<br />Gostaria de dizer que sempre me impressionou, não apenas nos seus textos, mas também em suas aulas, essa capacidade sua de tonar inteligíveis esses temas que pelo grau de abstração exigido para o bom entendimento deles, normalmente ganham ares obtusos e opacos.O exemplo do paralelo feito entre o Durkheim do As Regras e o de sua obra substantiva, ilustra bem essa característica sua(a um só tempo didática e rigorosa), pois, ao descrever no que consiste a distância entre o que ele fez e o que ele diz para ser feito, você realmente ilustra o argumento, tornado clara uma preocupação descritiva em termos de epistemologia:o que de fato os sociólogos fazem quando dizem estar fazendo sociologia? Eu acho isso algo excelente nos seus trabalhos.<br />Dito isso, eu ouso dizer mais em minha leitura leiga. Eu penso que esse foco mais substancial de seu artigo, perde em densidade quando você assume o ponto de vista do espistemólogo mais interessado nas questões meta-metodológicas em sentido específico.Sentido esse que está contido nessa frase sua:" Limitar-me-ei aqui a uma delas [você fala aqui das antinomias como as de Durkheim e Weber muito bem descritas no seu artigo], que me parece central à questão que guiou boa parte das preocupações dos sociólogos até, pelos menos, o fim da hegemonia positivista: a relação entre naturalismo (positivista) e anti-naturialismo." Explico-me: se me sirvo de seu argumento para com as antinomias em Durkheim e Weber para enteder seu próprio artigo, eu poderia defender que ao identificar os trabalhos nos quais as preocupações dessa ordem aparecem, ou seja, no exmeplo dos "intérpretes positivistas de Weber", eu poderia defender, repito, apoiado na distinção entre trabalho metodológico e trabalho substantivo, que a sua frase está se refirindo mais precisamente à reflexão que guiou grande número de "intérpretes das obras sociológicas em questão"(as aspas aqui é para destaque, não indicam palavras suas no texto). O que a meu ver já traz (por conta do tipo de trabalho em questão)toda uma ordem de preocupações taxonômicas sobre essas mesmas obras: um intérprete de obras sociológicas tende a ter o mesmo tipo de preocupação metodológica que um sociólogo? Faço essa pergunta que pode soar meio retórica porque sabemos que há intérpretes e intérprestes, sociólogos e sociólogos. Mas ela tem o propósito de colocar em perspectiva algo que, justamente no período de maior influência do positivismo empiricista, não me parece plausível creditar aos sociólogos, que é a preocupação com questões meta-metodológicas.<br />Bem, como fiz questão de ressaltar, falo tudo isso como leigo, no sentido de não ter me debruçado com a mesma intensidade e especialidade nos tipos de trabalho que ajudam na sua reflexão. Reconheço que posso ter simplificado demais elementos do seu raciocínio que exigem mais nuances de minhs parte. Achei importante, em todo caso, deixar essas minhas palavras, talvez aqui menos para fomentar um dabate, mas para explicitar algumas dessas incompreenções recorrentes minhas no que diz respeito aos debates que já tivemos aqui no Cazzo! Não sei dizer se estou rodando no círculo, mas minha impressão é de que ao colocarmos os mesmo pontos de vista em ocasiões e debates disntintos, no meu caso ao menos, tem me feito refletir bastante sobre minha redundância. <br />Abraços,<br />e parabéns por mais esse belo artigo,<br />JampaJampanoreply@blogger.com