A
capacidade de mobilização e de articulação social e política das redes de sociabilidade
baseadas na Internet - tais como aquelas abrigadas pelo Facebook ou Twitter -
tem despertado o interesse de diversos atores, analistas e cientistas sociais.
Um exemplo disto é a atenção que este tipo de media vem despertando entre os políticos profissionais. Em 16 de
outubro de 2013, o ex-presidente Lula conclamava os seus seguidores no Facebook
a atuar neste novo espaço técnico da seguinte forma: “Vamos utilizar essa ferramenta fantástica que é a internet para falar do
nosso projeto, mostrar o que já fizemos e, claro, ouvir críticas, sugestões e
questionamentos”[3]. Comentando o livro de Manuel Castells Redes de Indignação e Esperança, o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso analisava a importância da tecnologia na
viabilização de protestos na Islândia, Espanha e Egito: “Por trás desses
protestos está o cidadão comum informado e conectado pelas redes sociais e por
toda sorte de modernas tecnologias de informação”.[4]
Dada a relevância evidente deste meio sociotécnico, não admira que políticos
profissionais passem a buscar o apoio de especialistas em comunicação e em
redes sociais para compreender e intervir nesse novo espaço de sociabilidade.
Recentemente, por exemplo, Dilma Rousseff convidou ao Palácio do Planalto
Jeferson Monteiro, o criador da personagem paródica Dilma Bolada, de enorme popularidade nas redes sociais baseadas na
Internet. Com 1,4 milhão de seguidores no Facebook e 26 mil no Twitter, a
personagem de Monteiro pode se dar ao luxo de obter espaço na agenda da
Presidente da República, precisamente no momento em que seu autor havia
decidido descontinuar as postagens envolvendo sua criação.
O
forte prestígio da personagem Dilma Bolada não pode, entretanto, ser avaliado
apenas segundo os critérios da elevada audiência que ela obteve. Em um
contexto, como é o das redes sociais on-line,
onde todos os integrantes administram suas próprias páginas – pessoais ou
institucionais – e se colocam como produtores de conteúdos, tanto quanto como
consumidores e divulgadores, “o
valor é cada vez mais calculado através da abrangência atingida por
replicações, replies, menções, comentários, curtições e
compartilhamentos de conteúdos”. Diferentemente do poder que se manifesta pela
somatória dos seguidores, a “abrangência traduz o valor como a potência que
consegue alcançar e o quanto pode mobilizar uma comunicação no interior das timelines”
(Malini & Antoun, 2013, p.216). Nas comunicações em rede, os formadores de
opinião se distinguem não pela contabilidade do número total de receptores, mas
sim pelo cultivo da participação ativa daqueles que recebem os conteúdos
postados. Sob vários aspectos, esse potencial dialógico é entendido como parte
constitutiva da própria dinâmica estabelecida neste tipo de rede social.
Recentemente, a propósito, os administradores do Facebook decidiram tomar
medidas contra o que identificam como chamadas fraudulentas, posts de aparência
sedutora, iscas (clickbaits), que,
uma vez abertos, mostram conteúdo sem qualquer relação com as promessas
iniciais: [5] sob uma chamada em que figura o vídeo de um terno
animal de estimação, por exemplo, encontrar-se-ia uma propaganda qualquer. A identificação da fraude é possível - e
este é o ponto - pela contabilização do tempo médio gasto por internauta ao
abrir a chamada e pela proporção do número de comentários e compartilhamentos
que esses ensejam, dada a quantidade total de acesso. A participação é sempre a
atitude esperada.
Retomemos o ponto com o qual abrimos este texto.
Dada sua incontestável força política e social, as mobilizações em rede também
vêm ganhando uma atenção especial de um segmento das ciências sociais (ver, por
exemplo, Lecomte, 2013; Dobwor, 2013; Singer, 2013). No que pese a importância
desses estudos, em geral, eles compartilham de uma visão distanciada destes
fenômenos, quer este afastamento seja garantido por alguma perspectiva
econômica, na qual o político, o social e o cultural sempre parecem se
subsumir, ou numa análise técnica que invariavelmente toma a rede como um fato
dado e mesmo comparável a outros tipos de redes, como aquelas que podem ser
percebidas entre insetos (a esse respeito, ver Ferreira e Fontes, 2014). Neste
texto, por outro lado, procuramos recuperar um pouco dos conteúdos emocionais que
forjam os “laços” e os “nós” dessas redes sociais e técnicas. Parece evidente
que, a esse respeito, devemos partir de uma constatação bastante difundida
entre os estudiosos da tecnologia: os engajamentos pelos quais se encadeiam as ações nas redes sociais on-line são tecidos
pela interface entre seres humanos e máquinas. Os “pontos” que compõem a
intrigante topologia reticular dos movimentos coletivos via Internet “são
conectadas não por laços sociais per se,
mas sim por vínculos sócio-técnicos.
Elas são unidas por conexões tão técnicas quanto sociais” (Lash, 2001, p. 112).
Daí decorre a desconcertante impressão de que “já não se sabe ao certo se
existem relações específicas o bastante para serem chamadas de ‘sociais’”, ao
mesmo tempo em que “o social parece diluído por toda parte e por nenhuma em
particular”, como observa Latour (2012, p.19). Isso que parece um truísmo,
infelizmente, não se traduz em análises que deem conta dos dois polos que
compõem o fenômeno em questão.
Entendendo as redes sociais baseadas na Internet
como fenômeno socio-técnico, nossa abordagem não está à procura de pontos de
origem em algum dos componentes da interface homem-máquina. Considera, antes,
que trata-se de uma especial forma de relação que atualmente muitos de nós
estabelecemos com as tecnologias de informação e comunicação, uma relação na
qual somos autorizados e autorizamos, somos habilitados e habilitamos, somos
capacitados e capacitamos a agir de forma imprevista (Latour, 2012). A partir
dessa perspectiva, nossa intenção neste pequeno texto é perceber como a emoção
é um componente fundamental das próprias dinâmicas sócio-técnicas – e, ao mesmo
tempo, que a emoção encontra na interface entre humanos e dispositivos os
ingredientes fundamentais que possibilitam e estimulam sua expressão. Tomaremos
aqui o caso do Facebook como objeto de nossa análise e argumentaremos que a
emoção é ali uma pressuposição do próprio dispositivo oferecido e, acreditamos,
um dos motivos de seu enorme sucesso, de seu incontestável apelo. Lançado em
2004, por Mark Zuckerberg, o Facebook conta hoje com mais de 1 bilhão de usuários ativos – que utilizam a rede social ao
menos uma vez ao mês –, dos quais mais de 60 milhões estão no Brasil.[6]
No
que diz respeito à mediação tecnológica do Facebook, é notável o fomento à
composição de coletivos de sociabilidade, considerando que esta é uma forma
específica de relação social que pode ser definida, com Simmel (1983), pela
mutualidade no cultivo do laço social per
se, pela troca de conteúdos de cunho pessoal, pelo aspecto lúdico das
interações, pelo prazer recíproco da
sociação - embora finalidades instrumentais possam interferir neste processo, elas não são condições de partida para os usuários do Facebook. Assim, o site oferece um
serviço que investe na sociabilidade entre seus frequentadores, na medida em
que incentiva algum tipo de reciprocidade na disponibilização de conteúdos
provenientes de suas vidas pessoais e promove interações em torno desses
conteúdos. O fato de a emoção ser um ingrediente e uma moeda de troca
importante em redes sociais como o Facebook – que nos faz pensar em uma espécie
de economia da dádiva em que laços são reforçados entre aqueles capazes de
mostrar uma sensibilidade afim - talvez possa ser apreciado em primeiro lugar
pelo fato de os laços que a compõem serem caracterizados como laços de
“amizade”. Ainda assim, não é incomum que essa reciprocidade seja rompida
unilateralmente de forma a preservar de alguma forma o laço. Isso ocorre, por
exemplo, quando deixamos de seguir um determinado amigo, ou deixamos de ser
seguidos por ele, por atitudes julgadas inconvenientes: postar exageradamente,
por vezes sobre um único assunto, mostrar opiniões ou valores considerados inadequados,
etc. À importância da continuidade deste “laço fraco”, o Facebook está atento:
é possível poupar um “amigo” ou “amiga” da triste verdade de que ele ou ela se tornou
um chato.
Para
alguns, aquilo que no Facebook “nós designamos convencionalmente pelo nome de
‘amizade’ é um tipo de ligação inteiramente específica dos ambientes sociais da
Web” (Casilli, 2010: 270). Isso significaria
aceitar que, embora possua a mesma nomeclatura de um vínculo social off-line,
trata-se de um tipo de laço que não existe senão nas dinâmicas típicas do mundo
on-line. Ao tratar de fenômenos técnicos
desta natureza, todavia, é sempre importante analisar a ambiguidade dos meios
que estes dão lugar, o processo de contaminação mútua que existe por exemplo
entre dinâmicas off e on-line. Por isso mesmo, é importante analisar o que
comumente entendemos por amizade e
ver como esse valor é negociado nas redes sociais. Na
língua inglesa “essa amizade assistida por computador toma o nome de friending. O neologismo designa o ato de
‘amigar’ ou de ‘tornar-se amigo de’
alguém” (Casilli, 2010: 271). Não é de se admirar que essa forma de ligação
assuma o estatuto de uma ação, uma
vez que abarca o movimento voluntário e persistente de tecer e manter laços on-line, sejam quais forem as motivações
dos indivíduos. O convite explícito para celebrar um laço de amizade no mundo
virtual – que só tem paralelo no universo infantil – dá bem uma ideia de quão
significativa é a ideia de ação neste âmbito. Esse exercício de tornar-se
amigo, invariavelmente, está condicionado às possibilidades e às restrições dos
sistemas informáticos.
A importância do uso do termo
amizade para o sucesso do Facebook está associado, de maneira intuitiva, à
ideia de que se trata de um ambiente onde se fica à vontade na medida em que seus frequentadores são convidados
a se assegurar da qualidade dos laços que são ali formados. A
sugestão é a de que estão todos entre amigos, senão, entre amigos de amigos[7].
A escolha do nome amizade - em torno do qual parecem se constituir as dinâmicas
desta rede social - é sintomática da possibilidade que certos laços sociais têm
de ser mais fortes que outros.[8] Quando indagado sobre
as vantagens de fazer parte desta rede, não é incomum escutar de seus usuários
que a possibilidade de manter contato com pessoas distantes espacialmente ou
com amigos antigos dos quais se perdeu o contato estaria entre as mais
atraentes. Assim, recursos disponíveis nesta plataforma, tais como “cutucar”
parecem reforçar a pretensão de intimidade e emotividade sobre os quais os
laços seriam fortalecidos. Entretanto, além da postagem de conteúdos,
acreditamos que as ações de “curtir”, ou seja, de manifestar apreço, admiração,
ou identidade com respeito a um conteúdo, e de compartilhar esses mesmos
conteúdos estejam entre as ações que mais fortalecem os laços dentro da rede.[9]
É
necessário aqui afirmar que o processo de reconhecimento e obtenção de
prestígio na rede são fundamentais para que as próprias redes aumentem o número
de seus nós. O Facebook estimula essa atitude propondo recorrentemente novas
amizades, indicando amigos de amigos que talvez o internauta gostasse de incorporar
à sua rede de contatos, ou melhor, de amigos. O motivo aqui é simples: a
frequência das visitas, a intensidade das interações e seu alcance são os
ingredientes a partir dos quais o Facebook obtém retorno financeiro e se dispõe
a manter sua plataforma gratuita. Não é segredo que, nesse site, as ligações
entre os usuários são os valiosos produtos da sociabilidade. O que o indivíduo
curte e compartilha serve de base para que os algoritmos que orientam o
Facebook possam oferecer produtos, serviços, sob a forma de propaganda[10].
O que você gosta, aquilo com o que você se identifica, que gostaria de
compartilhar, são bases mediante as quais os anunciantes do Facebook podem propor
negócios, serviços. Ademais, uma base de dados com informações tão valiosas acerca
de gostos, preferências, susceptibilidades afetivas, convicções políticas e
morais tem valor financeiro incalculável.
Não
é de admirar que um tom afetivo, por vezes mesmo acalorado, circule e se
propague, em certas ocasiões de modo furioso, nesta rede social. As opiniões,
certezas associadas a esses afetos passam a ser um elemento fundamental na
consolidação de laços ou em seu rompimento. Opiniões políticas intoleráveis
podem ser objetos de avisos do tipo: “lamento informar, mas todas as pessoas que
comungam com o valor x, a opinião y, que considero absurdas, serão excluídas,
bloqueadas de minhas redes de contatos”.
Esse tipo de anúncio, algo impessoal, reestabelece a diferença básica que
existe entre amigo e contato. Além do ato de curtir ou compartilhar, as
mensagens que são trocadas quando alguém se sente particularmente tocado por um
conteúdo também são importantes no estabelecimento desta dinâmica. Os selfies,
ou fotos de situações da vida cotidiana, postados recebem mensagens de
incentivo ou expressão de afeto que variam de uma sonora risada em internetês
(“hahahaha!” ou “kakakakaka|, carinhas sorridentes ou que distribuem beijos ou
piscadelas, coraçõezinhos rubros) são um recurso bastante difundido, mas também
comentários como “Linda!!!”, “Own!!”, “Adorei!”, “Que gato!” etc. etc. A própria
plataforma oferece um recurso inestimável na manifestação de afetos: o lembrete
do dia do aniversário de pessoas de sua rede de contatos, amigos. Há sempre
ocasião para mensagens inspiradas, poéticas e respostas comovidas.
A
intensidade dos afetos em rede é demonstrada sobretudo por ocasião da morte de
celebridades, o que sempre envolve demonstrações emocionadas de admiradores,
gente que se mostra “arrasada” diante do que consideram uma perda irreparável.
“Choro desde ontem pela morte desse gênio que foi Rob Williams”, “tanta gente
ruim continua vivo, por que Ariano Suassuna tinha de morrer?” A compartilha
desses sentimentos é algo fundamental à manutenção, intensificação,
estreitamento dos laços da rede. E, evidentemente, são passíveis de se tornar
uma peça de negociação política e social. A prematura morte de Eduardo Campos
constituiu-se em evento de delicada negociação de afetos no Facebook. Laços
reforçaram-se, romperam-se ou se esgarçaram a partir da sensibilidade
demonstrada por cada um em relação ao trágico evento: aqueles que se mostraram
insensíveis à morte do candidato à presidência da República suscitaram a
revolta daqueles para quem a oposição política não deveria ir tão longe. Estes, por seu turno, foram acusados pelos primeiros de postura política inconsistente, quando era o caso de serem seus adversários políticos, ou de acomodação. Rupturas de laços
ocorreram, independente de afinidades políticas recentes, com base em uma
impossibilidade de compartilha de um mesmo pathos.
Esse
tipo de comoção que se encadeia como um rastilho pelas redes sociais do
Facebook traz para o site importantes
subsídios para conhecer seus usuários e a maneira como eles se ligam uns aos
outros através das trocas emotivas. O contágio de emoções entre os usuários do
serviço foi o tema de uma polêmica pesquisa recentemente publicada. A polêmica
se deu a partir da falta de esclarecimento aos participantes da pesquisa quanto
à participação deles no experimento, que consistiu basicamente na manipulação,
durante uma semana, dos algorítimos que definem os conteúdos que aparecem no “feed”
de notícias de cada um dos 700 mil usuários que integraram a pesquisa sem, no
entanto, terem sido comunicados de que participariam. A manipulação do
algoritmo se deu com base no teor positivo ou negativo das emoções associadas
aos conteúdos publicados nos “feeds”, de modo que, durante a semana do
experimento, metade deles recebeu apenas publicações que envolvem emoções “negativas”
e a outra metade teve acesso exclusivamente ao que aparece vinculado a emoções “positivas”.
Ao fim do experimento, constatou-se, entre os usuários pesquisados uma
tendência à publicação e ao compartilhamento de conteúdos que vinculam emoções
condizentes com aquelas às quais eles tiveram acesso. Segundo os autores, os
resultados do experimento demonstram que “as emoções expressas pelos outros no Facebook influenciam
nossas próprias emoções”. Eles consideram ter encontrado evidências de que
essas influências emocionais processam por “contágio em larga escala via redes
sociais." (Kramer et alii, 2014,
p. 8789).
Considerando o forte potencial de mobilização
social que se dá através dos contágios emocionais nessas redes sócio-técnicas,
esperamos que esse texto se mostre contagiante e seja amplamente comentado,
compartilhado e curtido. J
Nota:
Todas as citações de frases encontradas nos sites de redes sociais não são
literais, mas sim aproximações do que tem sido publicado nesses sites.
Referências
bibliográficas
CASILLI, Antonio A. Les liasons numériques: vers une nouvelle sociabilité? Paris: Éditions
Du Seuil, 2010.
CASTELLS,
Manuel. Redes de Indignação e esperança:
movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
DOBWOR, Monika; José SZWAKO.“Respeitável
público... Performance e organização dos movimentos antes dos protestos de
2013”. Novos Cadernos CEBRAP, 2013 no. 97, novembro: 43-55.
FERREIRA,
Jonatas e Breno FONTES. “Ágora
Eletrônica: algumas reflexões teórico-metodológicas”. Estudos de
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GRANOVETTER, Mark S. “The strengh of weak ties”. American Journal of Sociology, 78 (6),
1973, pp. 1360-1380.
KRAMER, Adam T. I., GILLORY, Jamie E., HANCOCK,
Jeffrey T. “Experimental evidence of massive-scale emotional contagion through
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LASH, Scott. “Technological forms of life”. Theory, Culture and Society. Vol. 18 (1), 2001.
LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à
teoria do ator-rede. Salvador: EDUFBA, Bauru: EDUSC, 2012.
LECOMTE, Romain.
2013. “Expression politique et activisme en ligne en contexte autoritaire”. Réseaux,
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MALINI,
Fábio & ANTOUN, Henrique. A internet
e a rua: ciberativismo e mobilização nas redes sociais. Porto Alegre:
Sulina, 2013.
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“Sociabilidade, um exemplo de sociologia pura ou formal”, in: MORAES FILHO,
Evaristo. (Org.). Georg Simmel: sociologia. São Paulo, Ed. Ática, 1983.
SINGER, André. 2013. “Brasil, junho de
2013. Classes e ideologias cruzadas”. Novos Estudos CEBRAP, novembro:
23-40.
[1] Professor associado da UFPE.
[2] Doutora em Sociologia
pela UFMG, professora do IEC-Puc Minas.
[4] Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/05/05/o-poder-em-tempo-de-facebook-por-fernando-henrique-cardoso-495544.asp. Acessado em 25/08/2014.
[5] Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/noticia/facebook-cortara-alcance-de-posts-com-chamadas-enganosas/43734; acessado em 28/08/2014.
[6] Estas informnações estão
disponíveis em http://tecnologia.uol.com.br/noticias/afp/2014/02/03/facebook-em-numeros.htm. Acesso em 27/08/2014.
[7] Sugestão falaciosa, como o podem
comprovar alguns escândalos de proporções nacionais e que teriam como base
conteúdos destinados a amigos da rede, ou seja, o caráter público da rede é
algo que é cotidianamente negligenciado.
[8] Sobre as noções de força e de
fraqueza dos laços em redes socias, ver o já clássico texto de Granovetter
(1973).
[9] Aqui é necessário que se diga
que não pretendemos reduzir a dinâmica social no âmbito do Facebook ao que a
sua arquitetura estimula – não se trata de um argumento behaviorista. Trata-se
de entender quais são os pressupostos técnicos dessa arquitetura, considerando
que algo como um “comportamento” neste espaço não nos interessa pelo simples
motivo que não podemos abstrair as qualidades reflexivas, humanas que, evidentemente,
impedem que “estimulo” corresponda a “comportamento”. Por isso mesmo, o que
aqui está envolvido são ações de reconhecimento do outro e de si mesmo naquilo
que é expresso ao outro, ações de atribuição e de busca de prestígio pelo que
se julga serem boas ideias, emoções virtuosas. Este mútuo reconhecimento,
fundado na emoção, como tivemos oportunidade de propor acima, pode ser
entendido como uma moeda de troca.
[10] http://youpix.virgula.uol.com.br/redes-sociais-2/nao-curtir-coisas-facebook-pode-ser-melhor-coisa-que-voce-vai-fazer-na-vida/