Rio de Janeiro, 15 de março de 2010.
Prezados colegas e amigos do IUPERJ,
Voltamos, nós do IUPERJ, a recorrer aos colegas das Ciências Sociais e da Academia em geral. Dirão alguns decerto que se trata da continuada crise que os ocupou em nosso apoio, em momento crítico há seis anos atrás. Sim, é a mesma, só que agravada ao seu mais extremo limite, pois agora o que está em jogo é o encerramento das atividades da instituição.
Nestes últimos anos, a situação da Universidade Candido Mendes, mantenedora do IUPERJ, só fez deteriorar-se. Nos últimos dois anos, não recebemos 9 salários dos 26 devidos e vários direitos trabalhistas não são honrados desde 1999. Em 2010 não temos qualquer perspectiva de que receberemos salários ao longo de todo o ano letivo. Ora, como não temos recursos próprios, que fazer para evitar um desfecho que nos é catastrófico?
Estamos negociando com o Governo Federal, através do Ministério da Ciência e Tecnologia, a formação de uma Organização Social, entidade que propiciaria aporte de recursos públicos, inclusive orçamentários, e privados para o Instituto: trata-se da única alternativa capaz de garantir a sobrevivência institucional. Ocorre, porém, que não são poucos os obstáculos nesse caminho, até mesmo uma argüição de inconstitucionalidade das OS no Supremo Tribunal Federal. Se superados todos os obstáculos, vale lembrar, só alcançaremos resultados tangíveis em 2012, não obstante o apoio manifestado por diversas agências governamentais.
Incerto e longo, o caminho não será percorrido sem o apoio e a solidariedade da comunidade científica, os quais, diga-se a bem da verdade, jamais nos foram negados. O alerta aos poderes públicos só se efetivará de fato com crescentes manifestações de preocupação com o destino do IUPERJ.
O IUPERJ é sua história, o empenho de seus estudantes, funcionários e professores nestes últimos 40 anos; seus programas de Ciência Política e Sociologia, respectivamente com graus 6 e 7 na avaliação da CAPES e ambos totalmente gratuitos; as 281 teses de doutorado e 471 dissertações de mestrado aqui defendidas; o fato de que 41% de seus doutores egressos ensinam e pesquisam em universidades públicas e 23% o fazem em instituições particulares; os 40 doutores do exterior aqui diplomados; os 11 grupos de pesquisa ora cadastrados no CNPq. É por tudo isso que acreditamos numa solução institucional e decidimos iniciar o ano letivo mesmo sem salários.
Queremos continuar a fazer o que sempre fizemos. A instituição é maior que cada um de nós. Tudo faremos para tentar salvá-la, mas nem tudo está ao nosso alcance. Por isso, pedimos, e é este o verbo, o apoio dos colegas.
Adalberto Moreira Cardoso,
Argelina Maria Cheibub Figueiredo,
Carlos Antonio Costa Ribeiro,
Cesar Augusto C. Guimarães,
Diana Nogueira de Oliveira Lima,
Fabiano Guilherme M. Santos,
Frédéric Vandenberghe,
Gláucio Ary Dillon Soares,
Jairo Marconi Nicolau,
João Feres Júnior,
José Maurício Domingues,
Luiz Antonio Machado Silva,
Luiz Jorge Werneck Vianna,
Marcelo Gantus Jasmin,
Marcus Faria Figueiredo,
Maria Regina S. de Lima,
Nelson do Valle Silva,
Renato de Andrade Lessa,
Renato Raul Boschi,
Ricardo Benzaquen de Araújo,
Thamy Pogrebinschi.
Participe do abaixo assinado
2 comentários:
Caros e caras,
Por favor, façam essa mensagem e o link para assinar o abaixo-assinado chegarem ao maior número de pessoas que vocês conhecem. A instituição merece o apoio. Ótima iniciativa, Cynthia. Postem nos seus blogs, mandem emails etc. Abraço, Jonatas
Ah! E no link há espaço para os estrangeiros também. Jonatas
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