sexta-feira, 30 de maio de 2008

NEGROS, MULHERES E OUTROS MONSTROS: Um ensaio sobre corpos não-civilizados



A Vênus Hotentote (Parte 3): A Segunda Mirada na Vênus

Woman is the nigger of the world (John Lennon)

Sara Baartman começa a ser exibida em Paris em 1814 pelo treinador de ursos e de macacos Sieur Réaux. Lá, suscita a mesma curiosidade que na Inglaterra e sua popularidade chama a atenção de Étienne Geoffroy Saint-Hilaire, pai da teratologia (ou ciência que estuda os monstros) moderna. Antes de desenvolver seus trabalhos em teratologia, no entanto, Étienne Saint-Hilaire foi mentor e colega (e depois arquiinimigo) de Georges Cuvier, pai da anatomia comparada e da paleontologia. Ambos trabalhavam no Museu de História Natural de Paris e a chegada da Vênus na cidade fez com que Saint-Hilaire (então administrador do museu) escrevesse uma carta ao chefe da polícia daquela cidade, relatando o desejo dos naturalistas de “se beneficiarem da circunstância (oferecida) pela presença, em Paris, de uma fêmea bosquímana que pode fornecer, com mais precisão do que jamais foi feito até hoje, as características distintivas desta raça curiosa” (apud Garrec, 2002: 7). Foi assim que, no início de abril de 1815, a nudez de Baartman foi exposta ao olhar de cientistas e artistas no Jardin du Roi. Nesta exibição, ela posou para as ilustrações que compõem parte das imagens do livro de Cuvier e Saint-Hilaire, editado alguns anos mais tarde: História Natural dos Mamíferos. Estas imagens (um detalhe das quais está reproduzido abaixo) representam um olhar completamente diferente dirigido ao corpo de Baartman. Ao contrário das caricaturas relativas à sua estadia na Inglaterra, as imagens que ilustram a História Natural dos Mamíferos representam-na como uma espécie natural, dentre inúmeras outras, especialmente de macacos. Nas palavras de Sadiah Qureshi (2004: 241-42):

As poses de Baartman nessas imagens são impressionantes; ela aparece rígida, parecendo uma espécimen empalhada e não um modelo vivo. Ao invés de retratar uma pose clássica, o artista apresenta cenas enquadradas de forma semelhante às de outras espécimens de mamíferos que aparecem no volume e que são análogas aos perfis anteriores e laterais usados nas ilustrações zoológicas. O colorido delicado visa claramente ao realismo; detalhes como o cabelo, as veias do tecido aureolar e as unhas contribuem para a precisão clínica. Um cenário minimalista dá pistas sobre uma localização geográfica, mas sem interferir com o sujeito humano/animal. Uma escala enfatiza a intenção de acuidade anatômica. Estas pistas indicam uma aspiração no sentido da objetividade visual e incorpora convenções do período. Representações artísticas de negros poderiam fazer uso de artifícios óbvios; no entanto, em ilustrações etnográficas o papel do artista era o de alguém supostamente passivo...

Um dos principais objetos de interesse anatômico em relação a Baartman era sua esteatopigia e a sua genitália. Diversos relatos de viajantes, desde o século XVII, afirmavam que os homens Khoisan tinham apenas um testículo e, as mulheres, um “avental”, ou uma saliência genital cuja forma era objeto de muita especulação. Nada surpreendente, se considerarmos que o que caracterizava a inferioridade de mulheres e negros era sua suposta ênfase na sexualidade em lugar da razão, do corpo em detrimento da mente. Em uma das primeiras descrições por escrito da genitália dessas mulheres, em um livro publicado em 1686, Wilhelm ten Rhryne, médico da Companhia das Índias Ocidentais, afirmou que “elas têm esta peculiaridade em relação a outras raças, a maioria delas possui apêndices em forma de dedos, sempre duplos, pendurados de suas partes privadas; trata-se, evidentemente, de nymphae” (a palavra latina para pequenos lábios) (apud Baker, 1974). Uma outra descrição, provavelmente do comandante de um navio francês chamado François Lequat, de cerca de 1708, refere-se à genitália das mulheres Khoisan como uma dobra de pele semi-circular que pende da parte inferior do abdômen, cobrindo a genitália externa (Ibid.). Foi esta descrição que deu origem ao nome “avental hotentote”, chamado em francês de tablier. Outros relatos de viajantes, ligando mais diretamente as características anatômicas dos Khoisan aos animais, questionavam-se a respeito da relação entre o avental hotentote e a cauda dos animais, o que revela as dúvidas que pairavam acerca da própria humanidade dos Khoisan.

É com base nestas idéias que Saint-Hilaire escreve seu relatório, após a observação de Baartman. A aproximação desta com os animais é evidente, por exemplo, na descrição de sua face que, segundo ele, comporta a “base de um focinho ainda mais pronunciada que a do orangotango vermelho que habita as maiores ilhas do Oceano Índico” (apud Garrec, 2002: 7). O relatório afirma, ainda, que “o tamanho extraordinário de suas nádegas” lhe inspiram uma comparação entre as fêmeas dos macacos mandril na época do cio (Ibid.). Cuvier (apud Richet, 2002), ecoando as palavras de Saint-Hilaire, afirma que “seus movimentos tinham qualquer coisa de brusco e de caprichoso, o que lembrava o movimento dos símios. Ela tinha, sobretudo, uma maneira de projetar os lábios para frente que parecia com aquela que observamos no orangotango” Assim como Saint Hilaire, ele também faz referência à “enorme protuberância de suas nádegas e à aparência brutal de sua figura” (Ibid.). Nada se afirmou sobre as características de sua genitália, o que só ocorre alguns meses mais tarde, após sua morte.

Informado da morte de Baartman pela polícia, Cuvier solicita uma permissão especial para dissecar seu cadáver. A permissão decorria do fato de que, segundo a lei francesa, apenas a Faculdade de Medicina e o hospital de la Pieté poderiam executar autópsias. Assim, fim de levá-la para o laboratório de anatomia do museu, Saint-Hilaire redige uma carta ao prefeito de Paris, solicitando a doação de seu corpo para que “ele possa auxiliar no progresso do conhecimento humano” (Garrec, 2002:7). A dissecação do cadáver foi precedida pela moldagem do corpo em gesso e seguida da extração de seu cérebro e sua genitália, que foram preservados em formol e exibidos no Musée de L’Homme até 1974, juntamente com seu esqueleto. O relatório de Cuvier, objeto de uma conferência na Academia de Medicina em 1817, chegava a conclusões semelhantes às de Saint-Hilaire e às dele próprio após a observação de Baartman no Jardin du Roi, mas apontavam de forma inequívoca para uma concepção cientificista de raça, com base em um sistema taxonômico moderno. Como afirma Anne Fausto-Sterling (1995:26), as crenças de Cuvier sobre as diferenças humanas espelham a transição de uma ênfase de diferenças em graus de civilização para a construção científica de raça e seu trabalho no corpo de Sara Baartman “incorpora as contradições que esta transição inevitavelmente gera”. Antes de investigarmos o conteúdo de seu relatório, algumas palavras sobre a noção de raça.

De acordo com o Houaiss, a origem etimológica do termo raça (de razza, em italiano) data do século XV e, tradicionalmente, considera-se que deriva de uma de duas palavras latinas: generationis (geração) ou rationis (natureza, motivo, causa). Ainda segundo o Houaiss, aventou-se ainda a possibilidade de que o termo tenha derivado do francês antigo, haraz, ou “estabelecimento destinado à produção de cavalos”. Curiosamente, menciona-se que as duas primeiras aparições do termo race (raça, em francês) ocorrem nas memórias de um certo Philippe de Commynes: o primeiro volume, escrito entre 1488 e 1492, faz menção à raça de Philipe de Lalaing; o segundo, escrito em 1497, faz referência à raça dos cavalos napolitanos. De acordo com Nicolas Médeviele (2006: 145), o termo italiano, razza, designa essencialmente os cavalos de sangue puro e, por extensão semântica, passa a fazer referência às linhagens reais. Assim, usa-se, na França, o termo “primeira raça” para se referir aos reis merovíngeos, “segunda raça” para se referir aos carolíngeos e terceira raça para os capetos. Segundo o mesmo autor, a partir dos anos de 1550, o termo passa a designar outras famílias da nobreza e, mais tarde, de forma geral, uma hierarquização social de base hereditária, ainda que os mecanismos de sua transição não sejam conhecidos. A pureza da raça relaciona, ainda, características físicas (o suposto sangue azul da realeza, a esteatopigia dos hotentotes) com traços morais. Interessante, se pensarmos que, nos dias de hoje, é necessária a referência à biologia para que se pense raça em termos estritamente sociais. Mas isso é outra estória.

O que é importante é que, até o século XVIII, a idéia de raças biológicas distintas permaneceu subdesenvolvida. Muitos dos que utilizavam este termo não concebiam a diversidade humana em termos hereditários ou estritamente físicos (Fausto-Sterling, 1995), mas como uma mistura de elementos cuja base repousava sobre as crenças do senso comum acerca da inferioridade dos povos não-europeus. Mesmo no século XVIII, naquilo que Stephen Jay Gould (2003: 21) chama de a

primeira definição formal das raças humanas, em termos taxonômicos modernos, Lineu mesclou traços do caráter com anatomia (Systema naturae, 1758). O Homo sapiens afer (o negro africano), afirmava ele, é “comandado pelo capricho”; o Homo sapiens europaeus é “comandado pelos costumes”. Sobre as mulheres africanas, escreveu ele: Feminis sine pudoris; mammae lactantes prolixae – mulheres sem pudor, seios que segregam leite em profusão. Os homens, acrescentava, são indolentes e untam-se com sebo.

A tradução de sine pudoris como “sem pudor” é depois corrigida pelo próprio Gould em O Sorriso do Flamingo (2004): o termo que Lineu teria usado seria sinus pudoris (cortina do pudor) e não sine pudoris (sem pudor). A cortina do pudor refere-se justamente ao “avental hotentote” que tanto fascinou os viajantes europeus e os naturalistas daquele período, dentre eles, Georges Cuvier, que dedicou nove (nove!) das 16 páginas de seu manuscrito sobre Sara Baartman à descrição de sua genitália (Blackledge, 2003: 141). É, realmente, muita obsessão pela genitália alheia, e haja ciência para disfarçar tanto voyeurismo. E justificativas científicas era o que não faltava. Diversos cientistas do período também relacionavam mulheres com macacos: enquanto os homens brancos (não os negros, cuja genitália, como Jonatas argumentou abaixo, também eram objeto de interesse dos europeus) eram diferenciados de outros primatas por meio de características como a linguagem, a razão, a cultura etc., os cientistas se utilizavam de características anatômicas sexuais as mais diversas para distinguir as mulheres dos animais: “a forma dos seios, a presença do hímen, a estrutura do canal vaginal e a localização da abertura uretral” (Fausto-Sterling, 1995: 27). O interesse de Cuvier em Sara Baartman é, portanto, inestimável. É como se ela fosse duas pelo preço de uma: além de mulher, era negra, o que a tornava um objeto privilegiado de investigação científica, já que estava duplamente ligada à natureza (em oposição à cultura).

A exposição da genitália de Baartman é longamente precedida de sua identificação em termos raciais, pois é esta identificação que permitiria sustentar sua tese acerca da origem comum dos seres humanos, uma posição conhecida como monogenismo. “Permitiria” porque, ao contrário do que intentava, Cuvier acaba por se enrolar numa série de contradições que expõem a fragilidade de sua posição. Segundo Gould (2003), as justificações deste período para a hierarquização racial assumiam duas formas principais: um argumento brando, defendido pelos monogenistas, e um argumento mais duro, defendido pelos poligenistas. Ambos eram anteriores à teoria da evolução das espécies de Charles Darwin. Os primeiros, ao misturar religião, senso comum e ciência, argumentavam que todos os povos descendem de Adão e Eva, isto é, de uma origem comum. As raças humanas seriam produto da degeneração da perfeição do paraíso e, (surpresa!) a menor degeneração ocorreu com a raça branca e, a maior, com os negros. Em seu Trinta Lições em Anatomia Comparada, Cuvier expõe sua posição:

Eu sou um monogenista, todos os seres humanos vêm de uma criação única dividida em três raças: caucasianos, etíopes ou negros e mongóis. Não é coincidência que a raça caucasiana tenha ganhado o domínio sobre o mundo, enquanto os negros ainda estão mergulhados na escravidão e nos prazeres dos sentidos e, os chineses, perdidos na obscuridade de uma linguagem hieroglífica (citado em Chase-Riboud, 2003: 125)

Os poligenistas, por seu turno, rechaçavam a versão bíblica, considerando-a uma mera alegoria, e defendiam que as raças humanas eram espécies distintas e descendiam de mais de um Adão (Gould, 2003). Esta visão, é claro, era estritamente compatível com a escravidão, mas não era facilmente defensável. De acordo com a definição biológica, o que caracterizaria uma espécie era a possibilidade de cruzamento e da geração de descendentes férteis, o que, claro, era possível entre negros e brancos - apesar das tentativas de Artur de Gobineau em afirmar o contrário quando, a pedido de D. Pedro II, desenvolve um relatório sobre a miscigenação no Brasil e conclui que a população brasileira desapareceria em 270 anos, devido à geração de descendentes inférteis ou malsãos (Readers, 1997). Os monogenistas detinham, portanto a vantagem, embora isto não os impedisse de elaborar argumento extremamente criativos a fim de tentar justificar a superioridade da raça branca. Um famoso anatomista francês, Etienne Serres, defensor da monogenia, tentou estabelecer, em meados do século XIX, critérios objetivos (mensuráveis) para hierarquia das raças. Segundo ele, os negros adultos corresponderiam às crianças brancas e os mongólicos adultos, aos adolescentes brancos. Seu critério objetivo (que lembra em muito o positivismo de Cesare Lombroso) era a distância entre o umbigo e o pênis: na vida embrionária dos seres humanos, a distância entre o pênis e o umbigo é pequena. À medida que crescem, esta distância aumenta, sendo muito maior entre os brancos do que entre os mongólicos e, especialmente, os negros. Para Serres, defensor ardoroso da monogenia, os homens negros são sempre como os meninos brancos, o que sinalizaria sua inferioridade (Gould, 2003).

Os argumentos de Cuvier não são muito diferentes. Embora defendesse a origem comum dos seres humanos e fosse um opositor ferrenho da escravidão, sua análise do corpo de Baartman revela uma tentativa absurda de localizá-la o mais próximo possível dos símios, distanciando-a da humanidade. Um dos recursos que ele utilizou para isto foi negar seu status de hotentote e caracteriza-la como bosquímana, uma raça que vivia nas profundezas da África, ainda mais profunda do que os hotentotes. Embora não acreditasse na idéia de evolução, ao caracterizar Baartman como bosquímana, em vez de hotentote, ele acaba por caracterizá-la como o elo perdido entre os seres humanos e os macacos. Diferentemente dos hotentotes, os bosquímanos eram inteiramente selvagens, pois sua estrutura social havia chegado a tal grau de degeneração que “eles não conhecem nem o governo, nem a propriedade; raramente se organizavam em famílias, mas apenas quando sua paixão os ditava... Eles subsistiam apenas pelo roubo e pela caça, viviam apenas em cavernas e cobriam seus corpos com os animais que haviam matado” (Cuvier apud Fausto-Sterling, 1995: 36). Para Fausto-Sterling (Ibid.), a relação que Cuvier estabelece entre a descrição da genitália de Baartman e as profundezas da África aparece claramente na sua reclamação de que ela havia escondido seu “avental” entre as pernas, ou em algum lugar mais profundo, durante sua exibição no Jardin du Roi, alguns meses antes. Além disso, ele teria relacionado a existência de um povo primitivo e supostamente oculto com um primitivismo animal, tornando-os mais próximo dos orangotangos do que dos negros. São essas relações entre genitálias estranhas, colônias distantes e animais exóticos que constituem a crítica dos movimentos sociais do final do século XX não apenas às relações estreitas entre a ciência e o colonialismo, mas às próprias noções de raça e gênero que lhes dão sustentação. Essas críticas voltam, mais uma vez, o olhar contemporâneo para Sara Baartman, constituindo o que chamei aqui de a terceira mirada na Vênus e que será o tema do meu próximo post.

Femme de Race Bochismann (detalhe) - litografia a partir de de Walis, Geoffrey Saint-Hilaire e Georges Cuvier, 1824. National Portrait Gallery, Londres.

Cynthia Hamlin

11 comentários:

asadebaratatorta disse...

Ugh. Não faria sexo depois de ler esse texto. Mas, muito interessnte ele. Como cursei uma disciplina sobre relações racias no período passado, esses textos todos acabam por enriquecer muitas noções. Não me sinto muito seguro para comentar, e, como se sabe, tenho estado um tanto quanto monossilábico e anti-social. =P
Deixo o pc, correndo para a federal, com uma frase: Aff... 9 páginas! =X =P

Anônimo disse...

Acho que só uma terapia profundíssima para entender a sua associação. De qualquer forma, isso é ótimo: assim você esquece as questões da carne e se dedica às coisas do espírito!

asadebaratatorta disse...

Sem psicanálises, por favor. =P
Se algo não possui significado profundo, não é realmente necessário criar um. ^^'

Le Cazzo disse...

Vai fundo! Jonatas

Anônimo disse...

The show must go on, bravo!!!

Anônimo disse...

Raphael,

Não, não é necessário criar significado algum, nem era essa minha intenção. Mas é sempre curioso perceber o tipo de emoção que os nossos textos suscitam nos leitores. Mais interessante ainda é a forma como essas emoções escapam às intenções dos autores: é como se os textos adquirissem vida própria. A morte do autor?

Izabella,

Obrigada pelo estímulo.

asadebaratatorta disse...

É, eu só tava abusando as psicanálises. ^^" Tem sido meu esporte nos últimos dias. =P
Uma vez, no meu blog, rolou uma discussão sobre a propriedade e o controle do autor sobre a obra. Os neo-kantianos costumavam, se não me engano, a acreditar na subjetividade do negócio. =P

Um abraço ^^

Kika Mello disse...

Sugiro, a título de ilustração do post sobre a hotentote Sarah Baartman, o maravilhoso e indescritível filme 'Vênus Negra' ( Vénus Noire).França, 2010. Direção de Abdellatif Kechiche. 159 min. Eu o assisti ontem na 34ª. Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
Ao final da exibição , a platéia inteira estava silenciosa de tão intenso e forte que esse filme é. Como ' voyeurs' dessa triste história, acabamos também nós, nos oferecendo à violência do (ou da?) diretor(a?), estranhamente identificados à protagonista.
A conferir...

Cynthia disse...

Cara Kika,

Obrigadada pela sugestão. O filme me interessa e espero que chegue logo nos cinemas de Recife.

Eu também senti essa mistura esquisita de voyeurismo e identificação ao pesquisar sobre Baartman, o que me causou um mal-estar muito grande. Talvez isso explique até um certo pudor em reproduzir imagens relacionadas a ela, especialmente as mais brutais.

Em breve uma versão corrigida e atualizada dessa série de posts, meus e de Jonatas, deverá sair na Revista de Estudos Feministas.


Abraço

Kika Mello disse...

Cara Cynthia,
muito obrigado pelo comentário, aliás nem comentei que gostei muito de todos os posts relacionados ao tema que li aqui . Aliás, apesar de não ser da área, queria te dizer que tentarei acompanhar o blog cujos posts são muito interessantes.
Aproveito o espaço para informá-la que hoje, 04.11.2010, saiu no Jornal O Estado de São Paulo um pequeno artigo de Gilles Lapouge comentando o filme e intitulado 'Retrato Poderoso do Preconceito'. Para aqueles que estão em São Paulo, o filme será exibido hoje novamente, às 18h20 no Shopping Frei Caneca (Cine Unibanco Arteplex 1).
Em tempo: o diretor é um jovem tunisiano a quem Lapouge chama de ' grande cineasta'.
Até a próxima.

Cynthia disse...

Obrigada pelas dicas, Kika. Vi o trailer do filme e fiquei bastante curiosa.

E seja bem-vinda ao Cazzo.

Abraço