Seqüestrei este texto de Artur do Blog dos Perrusi. Como era o complemento perfeito para os posts sobre a Vênus Hotentote, não dei nem chance de ele se manifestar. Além disso, estou viajando, o que torna improvável uma represália das mais contundentes.
Cynthia
Quando pequeno, era um assassino de lagartixas. Confesso minha crueldade, pois, além de matá-las, antes divertia-me fazendo vivissecções com as coitadas. Procurava sinais de dor de forma compulsiva. As lagartixas não gritam, e tal fato deixava-me maluco. Queria bater no peito e dizer:
_saibam que torturei uma lagartixa, e ela gritava de dor!
Um belo dia, inventei de assá-las lentamente. Foi, nesse momento, que fui pego por minha mãe quando mordiscava uma lagartixa. Ela olhava hipnotizada o rabo do bicho pendente na minha boca. Acho que o rabo ainda mexia, o que era muito engraçado. Ela quase que desmaia quando lhe ofereci, em forma de torresmo, as patas traseiras do bicho (_ali, quase virava infanticida — confessou, muito tempo depois). Minha família ficou escandalizada, seja com minha crueldade, seja com meu gosto culinário. Meu pai, preocupado com o meu destino, levou-me a um psicanalista. Depois de várias sessões, o vatícinio do seguidor de Freud foi a repetição da acusação tradicional:
_o problema é a Mãe!
Bem… er… talvez, esse especialista da alma tenha razão.
Eu me lembro da paixão por minha mãe. Nessa época, tinha entre três a cinco anos de idade e estava, segundo Sigmund, na fase fálica de meu desenvolvimento libidinoso. Em virtude desse sentimento devastador, cujo movimento levava-me à deriva pelos caminhos dos arquétipos primevos, queria cometer o parricídio para livrar-me de meu pai, ser horrendo e rival eterno que barrava-me o caminho à realização de meu desejo incestuoso.
Eu queria minha mãe e a queria falicamente, isto é, meu pênis, antes apenas um objeto assexuado, era agora um objeto fálico. Nessa época, investia no meu pênis-falo um formidável valor narcíseo: tal apêndice era o eixo de minha atividade sexual, o fulcro de meu orgulho egocêntrico e de minha afirmação de onipotência e completitude.
A paixão por minha mãe deixava-me completamente exausto, pois mobilizava todo um elenco de sentimentos horripilantes, oriundos das camadas mais arcaicas do psiquê humano: ciúme, inveja, ódio parricida, culpa, tremor e temor, etc. Além disso, tal situação confundia-me muito, pois sempre acreditara, até então, que só existia um sexo, o masculino. Para mim, todos os humanos eram portadores de um pênis-falo, mas comecei a notar, no processo passional materno, que minha mãe e as meninas não tinham pênis-falo. Como era incapaz de distinguir a diferença sexual entre um homem e uma mulher, simplesmente permaneci fiel à minha teoria de que todos os humanos tinham pênis-falo, mas que alguns, por infelicidade, e para a minha extrema perplexidade, tinham-no perdido.
A angústia — esse estado arcaico, cósmico, que tanto Heidegger valorizou — tomou conta de mim, tirando-me o sono, uma vez que estava possuído dos mais escabrosos pesadelos, todos com apenas uma temática: a perda do pênis-falo. Eu tinha medo de perdê-lo, pois tinha descoberto que o poderia perder. Tal descoberta foi crucial e passou a ser o fundamento da minha vida. Eu vivia na perspectiva aterrorizante de ser castrado, visto ter notado que meu pai não tinha perdido o seu pênis-falo, inclusive, muito maior que o meu, e que, provavelmente, ao saber da minha paixão, infligir-me-ia retaliações terríveis, como a castração.
Depois de tudo isso, eu desisti, é claro, do meu furor passional por minha mãe. Meu pai tinha ganho, mas eu, pelo menos, tinha conseguido preservar intacto o meu pênis-falo. Contudo, toda desistência passional tem o seu preço e o meu foi adquirir um medo do feminino.
Lembro-me bem como era um patinho indefeso, protegido nas asas da pata-mãe. Sentia-me particularmente frágil naqueles dias nos quais ia comprar, por algum motivo materno insondável, roupas novas e era arrastado, dando gritos bestiais, ao cadafalso. Não existe coisa mais terrível, para um menino, do que comprar roupas com a mãe. Ela chega na loja e fica fuxicando com a atendente, olhando pra gente e dando risotas de escárnio, veste-nos mil vezes e nos deixa, horribile dictu, de cueca na frente de todas as mulheres da loja. E quando ensaiava alguma autonomia, mamãe-ganso prontamente assumia o controle, bloqueando-me toda iniciativa semântica e moral.
(Inclusive, passei a usar regularmente cuecas depois de uma dessas idas às compras. A cena é traumática: ao tirar as calças, descobri estarrecido que esquecera as malditas. As mulheres olharam-me com ironia, provavelmente para o meu diminuto pênis-falo, e tive, pela primeira vez, aquela vontade de desaparecer desse mundo velho e enfadado)
Com um passado desses nas costas, imaginem a situação de pânico diante da aproximação sedutora de uma fêmea voraz!
Não causa surpresa, pois, que até os 17 anos desconhecesse os rudimentos básicos de comunicação com leoas famintas. Uma vez, por exemplo, na época do científico, uma menina cobiçadíssima, como que por um milagre, escolheu-me como vítima. Não sabia o que fazer, estava nervoso, pensava humildemente só nuns “amassos” e pronto, retornando glorioso com a minha conquista. Qual o quê! Ela queria muito mais do que uns simples esfregões no canto do muro. Seu desejo transcendia, e muito, as minhas necessidades ingênuas. Ela queria algo que faria Torquemada condená-la à fogueira.
De fato, o demônio ficava me olhando com aquele sorriso voluptuoso de entrega total, bem como na sua testa aparecia, piscando em neon, a palavra “sexo”. Eu ria - no fundo de pavor - com um sorriso, digamos assim, não muito inteligente. Sempre, de alguma forma, escapulia. Insuflava-me, então, de coragem e dizia para mim mesmo, de forma retumbante: “da próxima vez, sim, claro, da próxima vez, quem sabe!”.
Nunca encostei uma unha nela.
Hoje em dia, a coisa melhorou um pouco, mas continua: tenho medo principalmente das psicanalistas. Tais criaturas pensam o óbvio quando reconhecem os desejos animais como o leitmotiv humano. Racionalizam e se apropriam teoricamente dessas pulsões e não param mais de fornicar. Nem sequer aceitam a possibilidade de, nesta ou naquela noite, não terem vontade de copular. Comumente, gabam-se em público de terem experimentado tudo em termos de sexo: “Já fiz de tudo. Nada do que é genital me é estranho” - dizem. Sem dúvida, são de causar arrepios…
Diante disso e como não acredito muito na psicanálise, procurei um método mais eficaz e, talvez, bem mais selvagem: busquei a ajuda do Reverendo Tsé-Tsé.
Tive uma conversa interessante…
_Reverendo, o senhor acredita que meu medo tem causas psicológicas?
_Que nada, menino, o medo do feminino é um troço de fundo antropológico. Você apenas retoma, de forma pessoal, esse pavor primevo.
_E mulher mete medo mesmo?!
_Sem dúvida, a Mulher mete medo, sim; afinal, é um bicho esquisito, todo mês sangra e, além do mais, possui um catálogo de odores e secreções, líquido amniótico que, convenhamos, deixa qualquer um confuso. Aliás, o Papa, quando era chefe do Santo Ofício, perguntava ao seu guarda-costa grego: “não é do seu arsenal de perfumes lascivos que se utiliza a serpente da corrupção”?
_Não sei… Por que a corrupção? Ele falava de decomposição? E a ligação do feminino com a vida, com a fertilidade?
_O Papa é sabido. Uma vez, ele explicou ao seu guarda-costa marroquino que, apesar de anunciar no seu ventre a luminosidade da vida, ao mesmo tempo a mulher prenuncia, no preço pago à maternidade, a escuridão da morte. Não é à toa que ela é o símbolo da fertilidade, mas também símbolo do fim da existência. O que é a deusa Hela, da mitologia nórdica, rainha do reino dos mortos? O que são os diversos monstros femininos existentes nas crenças antigas, como mães ogras, como Medéia? Se ela representa a terra-mãe, não esqueçamos, contudo, que essa mesma terra é o solo onde enterramos os nossos mortos.
_ A morte é feminina? Exagero!
_Não, não, o negócio é mesmo confuso. O próprio Sigmund reconhecia, quando fumava o seu charuto-falo, que na sexualidade feminina “tudo é obscuro (…) e bastante difícil de estudar de maneira analítica”. Um dia, ele desabafou e confessou que não sabia, afinal, o que as elas queriam. Nunca soube, aliás. A própria Simone de Beauvoir admitia que “o sexo feminino é misterioso para a própria mulher…”.
O Reverendo parou de falar, respirou fundo, procurando alento nalgum lugar da alma, e citou Duby (”A história do medo”):
Tal enigma, para os homens, aparece de forma um tanto ambígua. Nós a veneramos e, ao mesmo tempo, morremos de medo. Karen Horney, por exemplo, sugere como a fonte do nosso terror o fenômeno da Maternidade. Talvez isso seja verdade, visto que a maternidade remete à Natureza e os seus mistérios. A maternidade, assim, seria a fonte de tantos tabus, que ligaria a Mulher ao mundo natural e a informaria dos seus segredos mais recônditos. Tal ligação faria o elemento feminino representante da Natureza, ao contrário do masculino, representante da Cultura. Somos, então, “apolíneo e racional por oposição à Mulher dionisíaca e instintiva“, mais penetrada pela obscuridade, pelo inconsciente e pelo sonho.
_Veja, meu caro, o medo masculino da Mulher não pode ser reduzido, como queria Sigmund, ao temor da castração, pois vai além dele. Pra você ver, estudos antropológicos descobriram mais de trezentas versões do mito da vagina dentata entre os índios da América do Norte. Tudo bem, pode-se dizer que isso é estória de índio; no entanto, na Índia, encontrou-se o mesmo mito, só que numa versão um pouco diferente: a vagina não tem dentes, mas sim pavorosas serpentes.
_Cacetada! — exclamei.
Vaginas dentadas, pensei, não posso sonhar com isso, não posso sonhar com isso, fiquei repetindo para mim mesmo…
_Dá medo mesmo, né?! Depois que conheci Marocas, fiquei com medo é da libido feminina. Confesso a você que tenho pesadelos com a terrível deusa hindu, Kali, mãe do mundo, destruidora e criadora num só tempo, sorvendo minhas energias seminíferas e sacrificando todos os anos litros e litros de minha seiva vital. Já sonhei com uma Amazonas devoradora de carne humana; uma “Parca” cortando o fio da vida; uma “Erínea” assustadora, louca e vingadora, tão terrível que os gregos antigos “não ousavam pronunciar seu nome”.
_Não, não posso sonhar com isso! Tô lascado!
_Sonhou, lascou, meu filho. Seria no sonho que você é pego. Uma vez, quase que morro de tanto sonho erótico. No início, foi bom, depois virou uma maldição. Não aguentava mais. Vivia morto de cansado, acabado, deprimido… Além do mais, Marocas é espantosamente insaciável, “comparável a um fogo que é preciso alimentar incessantemente, devoradora como o louva-deus”. Vou te dizer um segredo: acho que ela foi a inventora do sexo. Não sou ingênuo, pois sei muito bem que “o homem jamais é vencedor no duelo sexual”. Elas são, isto sim, os juizes de nossa sexualidade, impedindo de nós sermos nós mesmos e de encontrarmos a nossa salvação. Resisto bravamente, pois a Mulher é a carcereira do homem. Sou Ulysses, resistindo às seduções, pois sucumbir “ao fascínio de Circe é perder a identidade”.
_Ulysses?!
_Sim, Ulysses. Fiz minha genealogia e descobri que descendo de Penélope!
_É cada uma!
_Pois acredite. Só isso explica minha resistência e minha capacidade em dar conta de Marocas. Mas não tenho ilusão alguma sobre quem manda realmente na cama.
O Reverendo parou, novamente. Pigarreou, baixou a cabeça, puxou-me um pouco para baixo, como se quissesse contar um segredo.
_Uma vez, Zeus e Hera estavam discutindo sobre quem, o homem ou a mulher, tinha mais prazer no coito. Chamaram Tirésias (aquele cujo erro foi flagrar Atena no banho, ficando assim cego), que sabia o segredo de uma Ninfa, e lhe pediram uma resposta. Tirésias prontamente colocou que o prazer tinha dez partes, nove estavam com a mulher e apenas uma respondia pelo homem. Hera ficou fula e quis punir Tirésias, porque isso era o segredo dos segredos, do tipo que os videntes devem menos falar do que custodiar.
Arregalei os olhos. A conversa estava ficando muito estranha.
_Não acredita em mim? A verdade dói? Ora, vamos então comprovar essas teses com a ajuda dos clássicos, fonte de toda a sabedoria! Vejamos o que Ovídio, poeta romano, tinha a dizer sobre esse bicho bizarro, já em 20/10 a.C:
O amor furtivo agrada tanto aos homens como às mulheres; o homem dissimula mal, a mulher esconde o que deseja. Se ficasse combinado que nós não tomássemos a iniciativa, a mulher vencida assumiria aquele papel. Nos verdejantes prados, é a fêmea que relincha chamando o cavalo. Entre nós, o desejo não é tão furioso: o ardor dos homens respeita os limites da lei. (…) Em verdade, será mais fácil os pássaros deixarem de cantar na primavera e as cigarras no verão, será mais fácil o Cão da Menália voltar as costas à lebre, do que a mulher resistir às delicadas insinuações de um jovem.
_Meu Deus, o Cão da Menália — disse, desconsolado…
_Presta atenção. Ovídio é ingênuo ao pensar que a Mulher é passiva, ao ponto de esperar a nosso abiscoitamento para, então, tomar a iniciativa. Na verdade, a Mulher dissimula e finge passividade, pois como disse o nosso poeta, ela esconde o que deseja. Assim, Bernard Shaw via a passividade feminina na da aranha, que ocupa toda a rota do mosquito com a teia e espera que o mesmo caia e “insinue” que possa devorá-lo.
_Rapaz…
_Pois é… Creio, assim, que o teu medo do feminino é bem fundamentado.
_Realmente, é pra ter medo mesmo…
O Reverendo fechou os olhos. Abriu a boca lentamente. Queria dizer algo? Pegou na garganta, como se quissesse puxar as palavras de dentro. Fitou-me bem sério e sussurou, olhando os lados:
_Eu nunca entendi a necessidade da sexualidade. É muito estranho. A nossa reprodução é feita por um órgão que só existe pela metade, fazendo-nos gastar muita energia e tempo à procura da outra metade. Por que é necessário juntar dois para gerar um terceiro e não apenas um gerando dois? Pergunta primordial.
Balançou a cabeça e eu, sem querer, balancei a minha mais ainda. Aumentou o tom da voz:
_Pense bem, a sexualidade não é uma condição necessária à vida. Existem numerosos organismos que não tem sexo e que, contudo, parecem bastante felizes. Reproduzem-se por cissiparidade ou gemulação. E por que não sucede o mesmo conosco? E por que dois sexos e não três? Imagine um mundo onde houvesse a necessidade de três indivíduos para a produção de um ser humano. Imagine as conseqüências de tal situação nos roteiros de cinema, na clínica psiquiátrica e para os juristas! Mas, talvez fosse demasiado; talvez não agüentássemos tantas delícias e tormentos.
Comecei a rir. Os psiquiatras ficariam ricos!
_Não ria. Isso é sério. Estive estudando alguns mitos e descobri que alguns consideravam a dualidade sexual como um fenômeno secundário. O que foi criado era um; somente depois se tornou dois. Mas quem quebrou então a unidade original? Para os Upanishads é o Deus que, querendo fugir à sua solidão, transforma-se em duas metades, dando origem à Humanidade. Em Zaratustra, Yima, o ser criado pelo demiurgo, representa uma espécie de monstro bissexual, que é cindido em dois. Aristófanes, no Banquete de Platão, descreve uma humanidade ainda no estado de androginia. Ah, era um tempo que só existia putaria entre os deuses e as deusas no Olimpo - profundos conhecedores do sexo! Nós éramos organismos esféricos e tínhamos uma cabeça de duas caras, quatro pés, quatro mãos, quatro orelhas e uma dose dupla de “partes vergonhosas”. Zeus, diante de tão descabidos seres, resolveu cortá-los em dois — “como se corta um ovo com uma crina”, precisaria, depois, Platão. Apolo foi encarregado da cirurgia estética, deixando-nos mais modestos, mas não menos apresentáveis.
Os olhos do Reverendo estavam rútilos. Já esbravejava. Ficou em pé. Apontou o dedo na minha direção e disse:
_Leia, seu ateuzinho, seu ímpio, o Velho Testamento. Tá tudo lá! O culpado da perdição de Adão, que era feliz apenas como um, mas infelizmente se tornou dois, foi a Serpente, que através de sua persuasão feminina, induziu Deus, esse pobre eunuco, a retirar Eva do nosso valoroso antepassado. O que é a vileza rastejante senão a personificação profana e terrestre da Mulher? A Serpente, que há muito tempo dominava Deus, queria dominar o Homem, criatura ainda indomável à maldade; assim, transmudou-se em Mulher e, desde então, o homem é apenas um reles animal servil. A Mulher e a Serpente são a expressão de uma mesma natureza e seu poder advém do sexo.
Houve um momento de silêncio. As palavras do Reverendo causavam tempestades na minha alma. Não quero sonhar, não quero sonhar, repetia, repetia… Quando parecia que o Reverendo retomaria o fôlego e, para o bem ou para o mal, a conversa, não mais do que de repente, Marocas entra na sala. Pensei que o pior aconteceria naquele momento. Tudo indicava que o Reverendo jogaria o Velho Testamento na cabeça de Marocas e a chamaria de Serpente vil e rastejante; mas, qual o quê, para minha surpresa, o Reverendo deu um sorriso quase celestial, seu rosto iluminou-se e disse meio encabulado:
_Môzinho, você chegou! Que bom! Tava com saudade! Você quer que eu faça um cafezinho, quer?!
(…)
Já de noite, escovava os dentes e olhava o espelho do banheiro. Pensava muito, o que é contraproducente quando se escova os dentes. Não queria dormir. Não queria sonhar com vaginas dentadas.
_Os homens são covardes…
Foi meu último pensamento inteligível, antes de ser devorado por gigantescas vulvas de caninos afiados.
Artur Perrusi
5 comentários:
Incrível essa notícia que encontrei no Blog de Marcelo Coelho(http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/). Tenho medo de nigerianos…
Lá vai:
“Se você acha perigoso andar pelas ruas de São Paulo ou do Rio, pense que tudo pode ser muito pior. Segundo reportagem de Frank Bures publicada na revista Harper’s de junho , qualquer pessoa que estiver em Lagos, na Nigéria, pode correr sério risco de linchamento por uma razão muito… irracional.
É que periodicamente surgem entre os nigerianos surtos de uma espécie de psicose. O cidadão acredita que seu próprio pênis está desaparecendo; sente um súbito encolhimento do órgão genital, prenúncio de sua progressiva aniquilação no rumo de um buraco negro. Atribui o fenômeno à feitiçaria, e identifica num passante –ou na pessoa sentada à sua frente numa sala de espera, por exemplo—o responsável pelo malefício. Dá o grito de alarme, e o acusado fará bem em fugir rapidamente: o linchamento vem antes que alguém possa pronunciar “psicose paranóide coletiva”.
Oi, professor,
que texto doido! Mas acho que o senhor superou o seu medo de mulher - rs,rs...
Que nada, Rita. Tenho medo, ainda. Na verdade, tudo começou depois dos artigos apavorantes sobre Vênus Hotentotes, Monstros e outras coisitas mais... Depois disso, o medo se instalou na minha alma!
O melhor desse texto eh o desconsolo de Artur diante da referencia ao Cao da Menalia. Foi uma das gargalhadas mais sonoras dos ultimos tempos.
Oxe, não há coisa mais medonha do que "o Cão da Menália voltar as costas à lebre". Pode significar o fim dos tempos, o aquecimento global, carne de foca enlatada e, claro, o perigo de que toda mulher deixe-se levar "pelas delicadas insinuações de um jovem". Crise dos quarenta gera muito medo, tá ligada?!
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