quinta-feira, 11 de março de 2010

Max Weber e o trânsito brasileiro



Luciano Oliveira (Professor do DCS e do PPGD da UFPE)

Uma das teses que - parodiando o Macaco Simão - já defendi mais de uma vez neste espaço é a de que o Brasil é o país do artigo pronto! Hoje direi mais: o Brasil é o país do artigo acadêmico dado de bandeja. Por isso fico às vezes sem entender os nossos candidatos a mestres e doutores em Sociologia, desesperados por não conseguirem achar um tema para suas dissertações. Saiam às ruas e abram os olhos! – é a recomendação que lhes dou.

Esse abrir de olhos, naturalmente, não se refere ao olhar do senso comum. Para este, ainda hoje, o sol continua girando em torno da terra. Todos nós “vemos” isso. Mas todos nós sabemos também que essa é uma verdade apenas aparente, e que por trás da aparência, se me perdoam a redundância, há um nível de verdade mais verdadeira a que temos acesso através do saber produzido por figuras como Galileu, cujas descobertas se deram contra as evidências mais imediatas. Do mesmo jeito, o olhar sociológico, aquele que antevê artigos em cada esquina, também se vale de telescópios de outro tipo produzidos por figuras que “viram” o que normalmente não vemos. Max Weber foi uma delas.



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