"Lasciate ogni speranza, voi ch'entrate":
Isso é um blog de teoria e de metodologia das ciências sociais
sábado, 22 de maio de 2010
Desafios da Reestruturação Produtiva
Sindicalistas e grandes especialistas em sociologia do trabalho, como Ângela Carneiro, Helena Hirata e Maria Betânia Ávila, falam do impacto da reestruturação produtiva na vida das trabalhadoras. Vale a pena conferir.
As observações das estudiosas do tema são interessantíssimas. É bem verdade que o tema da sobrecarga feminina, do trabalho precário e da exploração da mulher trabalhadora, definido por Saffioti (1986) como “um tema triplamente maldito”, tem sido objeto de estudos e pesquisas na contemporaneidade, pois constitui uma das principais características do processo de reestruturação da economia que tem provocado perda de postos de trabalho em setores formais e flexibilização das relações de emprego. As análises a respeito da inserção e da sobrecarga da mulher inseriram-se no contexto das transformações demográficas, sociais, culturais, políticas e econômicas em curso desde os anos de 1970 e se intensificaram a partir da década de 1990. Essas transformações são acompanhadas de outras mudanças importantes como a queda nas taxas de fecundidade feminina, envelhecimento da população, o ingresso na força de trabalho de mulheres mais maduras, oriundas de famílias biparentais ou monoparentais, com conseqüente aumento da participação relativa da mulher cônjuge como co-responsável – quando não como responsável – pela renda familiar, cerca de 30% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres. Por essas razões, as pesquisas que partem da divisão do trabalho, os empregos ditos de proximidade ou de serviços, o trabalho em tempo parcial ou o advento de um terceiro setor trazem de volta a preocupação com a remuneração do trabalho feminino (produtivo e reprodutivo). As análises do emprego e do trabalho profissional situam a questão da precarização social e das condições de trabalho como importante objetos de pesquisas interdisciplinares.
Pois é, Raquel. E ainda tem gente que diz que as mulheres trabalham em meio período e em empregos que pagam menos porque "escolhem" isso...
Anote aí na sua agenda: Ricardo Antunes estará no CCSA no dia 2 de junho (terça-feira) e Helena Hirata apresentará uma conferência no CFCH no dia 12 de agosto (sobre trabalho e "cuidado").
3 comentários:
As observações das estudiosas do tema são interessantíssimas. É bem verdade que o tema da sobrecarga feminina, do trabalho precário e da exploração da mulher trabalhadora, definido por Saffioti (1986) como “um tema triplamente maldito”, tem sido objeto de estudos e pesquisas na contemporaneidade, pois constitui uma das principais características do processo de reestruturação da economia que tem provocado perda de postos de trabalho em setores formais e flexibilização das relações de emprego. As análises a respeito da inserção e da sobrecarga da mulher inseriram-se no contexto das transformações demográficas, sociais, culturais, políticas e econômicas em curso desde os anos de 1970 e se intensificaram a partir da década de 1990. Essas transformações são acompanhadas de outras mudanças importantes como a queda nas taxas de fecundidade feminina, envelhecimento da população, o ingresso na força de trabalho de mulheres mais maduras, oriundas de famílias biparentais ou monoparentais, com conseqüente aumento da participação relativa da mulher cônjuge como co-responsável – quando não como responsável – pela renda familiar, cerca de 30% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres.
Por essas razões, as pesquisas que partem da divisão do trabalho, os empregos ditos de proximidade ou de serviços, o trabalho em tempo parcial ou o advento de um terceiro setor trazem de volta a preocupação com a remuneração do trabalho feminino (produtivo e reprodutivo). As análises do emprego e do trabalho profissional situam a questão da precarização social e das condições de trabalho como importante objetos de pesquisas interdisciplinares.
Pois é, Raquel. E ainda tem gente que diz que as mulheres trabalham em meio período e em empregos que pagam menos porque "escolhem" isso...
Anote aí na sua agenda: Ricardo Antunes estará no CCSA no dia 2 de junho (terça-feira) e Helena Hirata apresentará uma conferência no CFCH no dia 12 de agosto (sobre trabalho e "cuidado").
Abraço
Tomei nota.
Obrigada.
Abraços!
Postar um comentário